Monday, March 22, 2010

Vida à reboque!

Toda vez que o telefone toca, o sr. Nivaldo sabe que é hora do seu caminhão reboque entrar em ação. Não importa local, horário ou classe social. O veículo, sempre valente, está pronto para o chamado. Ele funciona como uma espécie super-heroi anônimo, sem capa ou máscara, mas que sempre acaba salvando o dia de quem está metido em apuros. "Lá, do outro lado da cidade, tem um carro com o motor pifado", avisa a atendente ao telefone. E assim parte o motorista e seu fiel escudeiro, cochilando ao seu lado, com seu reboque, pronto para ser o super-heroi de mais um alguém no meio na noite. Tem sido assim nos últimos cinco anos. Carros novos e carros velhos, importados ou nacionais, de gente rica ou de gente pobre. "Não importa", ri, enrugando-lhe ainda mais o rosto já enrugado. "Já reboquei carro de tudo quanto é jeito". Chega, para, prende e parte. Em cinco minutos, já dispara pela rodovia. O motorista salvo, assim como um cidadão após uma aparição do Super-Homem, agradece ao homem, já cansado da noite de trabalho. E o reboque corta a noite, enquanto o fiel escudeiro do rebocador ainda dorme, desconfortável, encostado no banco do valente veículo. Os minutos passam, assim como os veículos na rodovia, e o reboque faz sua entrega. O motorista agradece pela última vez e desce, despedindo-se do homem que lhe ajudara. O reboque, então, parte de volta ao seu ponto de origem, iluminando a noite com seus farois. Quem sabe, no meio do caminho, um outro pedido de socorro, faça com que o valente reboque e seu confiante motorista, junto ao fiel e sonolento escudeiro, tenham mais um momento de heroísmo.

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