Saturday, February 27, 2010

A Era da Solidão Coletiva

O homem, como ser evoluído que é, sempre sentiu a necessidade de se comunicar. Desde a pré-história, o ser humano cria maneiras para estabelecer aquele papo esperto com outro. Surgiu assim a fala, a escrita, o ICQ e o telemarketing. E dentro dessa esfera de comunicação, ele resolveu criar a música. Nela, o homo sapiens pode mandar alguém se calar em plena ditadura militar, afirmar que Dako é bom ou ainda fazer uma pessoa ir para a praia numa Brasília amarela.

E a música, velha guerreira e companheira humana, já passou por diversas mídias diferentes. Há quem diga que é no vinil que ela é feliz, outros apostam que o CD é que veio para ficar, enquanto os mais jovens juram de pé junto que ela sequer precisa de uma mídia física – basta baixá-la da Internet, jogá-la num MP3, MP4, MP5, MP6 ou seja lá quantos MP’s existam, e pronto. Música a toda hora. Não deixa de ser uma verdade. E é exatamente esse o ponto a ser discutido.Nem me atrevo a entrar na questão da legalidade dessa ação - é melhor deixar isso para os advogados.

O fato é que a música está deixando de ser uma arte, um modo de se comunicar ou apenas um hobby aproveitado em grupo e está se tornando mais, bem mais, pessoal. Digo isso após ver, em apenas alguns minutos de caminhada, dezenas de pessoas andando despreocupadamente pelas ruas da cidade, imersas em seu próprio mundo interno que a música que vaza de dois pequenos fones de plástico pode proporcionar.


Nesse mundo que a música ajuda a criar não existem motoristas de ônibus, pessoas perdidas que precisam de orientação ou vendedores que oferecem seus produtos a preço de banana. Não. Tudo isso deixa de existir, afinal, nada além do próprio corpo é percebido. Assustei-me ao ver que, enquanto pensava nesses questionamentos de como a música tem ajudado na disseminação dessa “solidão coletiva”, minha música favorita começou a tocar no meu MP5 e chegou até mim por mais um par de fones de ouvido espalhado pela cidade.

É nessa sociedade que nós vivemos. Onde um simples “Bom dia” tornou-se artigo de luxo. Onde uma simples pergunta faz com que um desses andarilhos, ao mesmo tempo surdos e ouvintes, peçam que se repita a pergunta enquanto ele sai de seu universo musical introspectivo. Parece que, a cada dia, estamos mais e mais imersos numa era da solidão coletiva.

Friday, February 26, 2010

Sentimento humano mais puro...

Não sou dessas pessoas sentimentalistas. Ok, como bom libriano, sou romântico na dose certa. Enfim, o que quero dizer é que nunca havia parado para pensar nesse que é o mais puro, e também (por que não), incompreensível sentimento humano: o amor. Com suas inúmeras variações, pode parecer fácil, num primeiro momento, definí-lo.


Por exemplo, o amor recíproco entre a mãe e um filho, afinal, o feto passa nove longos meses conectado à mulher, recebendo alimento, carinho e cuidado. Mesmo que nunca ambos digam um ao outro o que sentem, o fato é que esse amor está impregnado e permanece intacto em nossas vidas até o dia de nossa partida - e talvez permaneça nessa terra com outro nome, saudade. Laços de sangue também nos unem à nossos irmãos, irmãs e demais familiares, e isso cria em nós um tipo de amor que não pode ser apagado.

O mais incompreensível de tudo é como podemos amar pessoas, até então, desconhecidas. Assim nascem as amizades. Nascemos num círculo tão diminuto de contatos, e conforme crescemos, esse círculo tende a aumentar. Assim, passamos a interagir e conhecer diversos tipos de pessoas. E a amá-las, novamente, de maneiras diferentes. Pelo modo como pensam e agem, ou seja, pelo o que são de verdade, são amadas como se fossem da família. São aquelas que, muito provavelmente, irão te acompanhar para o resto de sua vida, que gostam de você do jeito que você é e que sempre querem o melhor para você.

Enfim, chego ao motivo dessa mensagem, aquele amor diferente de todos os outros. Aquele que te faz desejar ter uma única pessoa em seus braços nos momentos alegres e tristes, nos dias ensolarados e chuvosos. Aquele que faz teu mundo girar, como se tivesse tomado um porre no boteco mais próximo, que te deixa sem ar como se tivesse levado um soco no estômago. Esses podem surgir à qualquer momento, e muitas vezes, sem ao menos nos dar a chance de escolha. Impossível explicá-los nacionalmente, afinal, porque não se transformou numa simples amizade? Porque ele quer ser uma coisa maior?

Essas questões vão continuar sem respostas. Creio que ninguém poderá respondê-las. A linha que separa o "amor" do "amor" é bastante tênue, mas de uma maneira incrível, o ser humano é capaz de detectá-la.

Uma nau em meio ao mar revolto

nau
s. f.
1. Navio de vela, de alto bordo, com três mastros e grande número de bocas de fogo, desusado actualmente!.
2. Embarcação mercante de grande lote.
3. Por ext. Qualquer navio.

pensamento
s. m.
1. Acto!, faculdade de pensar.
2. Ideia, reflexão, consideração.
3. Intenção.
4. Conceito, opinião.
5. Esboço da primeira ideia ou invenção de um artista.
6. A ideia capital de um escrito e cada uma das mais notáveis nele contidas.

Uma nau, perdida em meio ao mais revolto dos mares. É isso que busco com este blog, ser um simples espaço para reflexão, daqueles assuntos que nos afligem diariamente e que parecem passar despercebidos. Não é a primeira vez que me aventuro a manter um blog, mas é sim, inédita, a minha vontade de navegar em meio à um oceano de incertezas e expressar, para os náufragos interessados, opiniões e ideias.