Monday, March 8, 2010

Um heroi feito de saco de estofa


Um mundo pós-apocalíptico, totalmente destruído pela ganância humana e pela ira das máquinas. É nesse cenário que a animação "9 - A Salvação", do diretor Shane Acker, tem início. 9, o personagem que dá título ao longa, nada mais é do que um simples boneco de tecido, com partes robóticas, que, ao ganhar vida, pensa estar sozinho naquele mundo destruído. Mas não está. Logo, ele descobre que existem outros como ele, e que a situação do mundo não é nada boa.

9 descobre que uma guerra entre humanos e máquinas - criadas por nós mesmos -, resultou na extinção total da raça humana e que eles, bonequinhos de estofa, são os únicos "seres vivos" presentes na Terra. A coisa piora ainda mais quando 9 desperta a "máquina-mãe", que estava adormecida desde o fim da guerra. A máquina tem, agora, um objetivo macabro: possuir as almas presentes dentro de cada um dos bonecos, que fazem com que eles possam viver. A partir daí, o longa mostra as aventuras do grupo para sobreviver à um ataque de máquinas enfurecidas - no melhor estilo "O Exterminador do Futuro" e a SkyNet.

Apadrinhado pelo diretor e queridinho do público Tim Burton, o longa derivou de um curta metragem, de mesmo nome, criado em 2005, e que rendeu à Acker uma indicação em Melhor Curta-Metragem no Oscar de 2006. Mas, mesmo com o tom sombrio característico de Burton, a animação não empolga muito. Tentando seguir a linha Wall-E de ser, 9 trás, logo nos primeiros minutos de filme, vários minutos do mais puro cinema mudo. Mas se no filme da Pixar isso foi usado com maestria, em 9 o recurso gera apenas um desconforto no espectador. São cenas cansativas, que tentam mostrar o quão solitário aquele lugar é... Mas não consegue.

Visualmente falando, o filme é bastante belo. A equipe se esforçou em fazer uma bela direção de arte. Os bonequinhos até são carismáticos, e alguns deles bem convincentes, como o medroso 5 ou os gêmeos-mudos-nerds 3 e 4. Claro que 9, como o título sugere, é o principal na história e, ao mesmo, o causador e a solução de todos os problemas, mas, como personagem, ele é superficial demais.

Se contarmos quantas vezes a Terra já foi destruída, esse número não caberia nos dedos das mãos. Afunilando um pouco mais, se contarmos quantas vezes o planeta já foi destruído por máquinas, ai sim a conta gera um número mais restrito. Mesmo assim, nada que você verá em "9 - A Salvação", é inédito. Ele bebe diretamente da fonte do já citado "Exterminador do Futuro" e até mesmo de "Matrix".

O fato a se levar em consideração, talvez, seja o fato do salvador ser, agora, um bonequinho de estofa. O que não é suficiente para fazer do filme uma obra de arte. Na verdade, o ritmo lento e fraco do filme mostra que, talvez, a equipe precise aprender um pouquinho mais com a Pixar em como fazer um bom filme de animação.

2 comments:

Unknown said...

Muito bom seu blog Danilo, adorei!!

Quanto ao post, concordo em gênero, número e grau! A idéia geral do filme é muito boa, mas não deu muito certo. O curto do mesmo filme consegue ser melhor do que o longa. Por mais que o Tim Burton dirija esse tipo de filme meio dark, dessa vez ele não acertou.

Danilo Reenlsober said...

Que bom que gostou Vivi! Acompanhe que assim que possível vou colocando mais coisas relacionadas à cinema!

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