Monday, March 1, 2010

A eterna busca pela beleza

Estava eu, confortavelmente instalado no sofá da minha casa, neste domingo à noite, zappeando pelos canais de televisão. É claro que não havia nada de interessante para ver. Programas genéricos com quadros genéricos, filmes de baixa produção, padres cantores soltando a voz e levando os fiéis ao delírio e, óbvio, reality shows ainda mais genéricos do que aqueles programas das emissoras concorrentes... Mas eis que um programa em si me chamou a atenção, e antes fosse pela sua qualidade - não era. Me chamou a atenção pela curiosidade.

Era um desses enlatados americanos de dublagem duvidosa que mostravam a vida e o trabalho de cirurgiões plásticos e suas/seus respectivos pacientes. Foi a escalada do programa que me fez parar de zappear e assistir, um pouco horrorizado, pelo o que ainda viria pelos próximos minutos. As chamadas mostravam mulheres que fariam vários tipos de cirurgias. Ok... Primeiro, foi a vez de uma bela loira gordinha. Ela disse que faria lipoaspiração e aumentaria e levantaria as mamas. Aproveitou a oportunidade de ter uma câmera em sua frente e contou uma história triste. Disse que já fora magra e tinha várias amigas, mas quando engordou, todas desapareceram. Os rapazes também sumiram.

Hum... Se ela se sentir melhor com isso, que faça, pensei eu. Mas um dos motivos que me fez ficar horrorizado veio em seguida. A irmã da gordinha, uma tal de Mary, iria aproveitar a deixa da irmã e também ia fazer uma cirurgia: iria aumentar os seios. Tudo bem se não fosse dois detalhes: 1) ela tinha acabado de fazer uma cirurgia diminuindo o nariz, há pouco mais de três meses e 2) ela tinha 17 anos! Fiquei abismado, mas fiquei ainda mais com o que veio em seguida.

Uma tal de Tabatha, de 36 anos, iria, de novo, "entrar na faca". Não me recordo qual operação ela estava querendo fazer dessa vez - sim, dessa vez -, até porque a chamada não disse. E isso não era o importante. O importante é que ela maluca - maníaca mesmo - por plásticas. Já tinha feito uma lipoaspiração, aumentado os peitos, arrumado o nariz, operado o queixo duas vezes e também as bochechas! Fiquei me perguntando se alguma coisa nela era natural...
Esses dois casos me fizeram pensar. Pensar nas loucuras que o ser humano faz para ficar belo - ou o que ele pensa ser belo. Sim, porque no caso dessa Tabatha que falei acima, ela já estava quase parecendo uma boneca - e não encare isso como um elogio. Ela não tinha expressão alguma, e ainda cogitava outras plásticas, para ficar mais bonita. Não sou contra as cirurgias plásticas, muito pelo contrário. Em mim mesmo vejo coisas que gostaria de "arrumar". Mas essas operações só devem ser feitas se forem ajudar o paciente a melhorar sua auto-estima e a sua saúde, e sem exageros! Será que uma garota de 17 precisa mesmo, de verdade, de uma segunda plástica? Será que uma mulher que já fez dezenas de cirurgias ainda acha imperfeições em seu rosto que devem ser alteradas?

E isso nos leva para um outro pensamento: afinal, o que é o bonito? Será que essas mulheres querem "melhorar", realmente, para se sentirem melhor ou para as outras pessoas? O que é bonito para mim, não é bonito para outras pessoas. Meus amigos acham a Angelina Jolie a mulher mais linda do mundo. Ela é bonita, claro, mas eu, na minha humilde opinião, gosto mais da Natalie Portman, usando como exemplos atrizes Hollywoodianas. Questão de opinião.

Será que vale tudo pela beleza? Será que o ser humano é tão mesquinho a ponto de valorizar mais o que existe por fora da pessoa, do que o que existe por dentro? Não gosto de admitir, mas acho que a resposta é "sim"...

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