Sunday, January 30, 2011

Terror, suspense e romance se misturam em "Deixe-me Entrar"

O que você faria por uma grande amizade? Ou, por um grande amor? Estaria disposto a abandonar tudo, a aceitar todo tipo de coisa, a viver uma vida incomum e às escondidas só por causa desse amor? Pode parecer estranho, mas é justamente sobre esses tipos de questionamentos que o longa de terror e suspense “Deixe-me Entrar”, trata. Sob todo o fundo obscuro, macabro e, em certos momentos, assustadores que percorre o filme, no fundo, a história tem tons de romance.

Mas não se deixe enganar: mesmo com essa premissa de apresentar um filme de terror por uma perspectiva mais “romântica”, “Deixe-me Entrar” é um dos melhores filmes do gênero Terror/Suspense lançados nos últimos anos. Créditos para o diretor Matt Reeves (de "Cloverfield - Monstro"), que fez um ótimo trabalho nessa refilmagem do longa "Deixe Ela Entrar", de 2008, do diretor sueco Tomas Alfredson, baseado no livro do também sueco John Ajvide Lindqvist (que assinou o roteiro do filme original), "Let The Right One In" (algo como "deixe o escolhido entrar").



A história gira em torno do casal juvenil Owen e Abby. Owen é um garoto de “12 anos, oito meses e nove dias”, como ele mesmo diz, que é o típico garoto solitário, sem amigos, perseguido pelas outras crianças no colégio. Abby, uma garota de “12 anos, mais ou menos”, muda-se para o apartamento ao lado do de Owen, e os dois iniciam uma amizade. Porém, essa amizade vai se revelar muito mais estranha (e perigosa), do que o garoto esperava.

Quando uma série de pessoas são encontradas mortas na cidade, sem uma gota de sangue no corpo, a polícia local inicia uma busca por uma possível seita satânica. Mas as buscas acabam levando a polícia até Abby, uma garota que foge dos padrões: ela nunca sente frio, mesmo com os pés descalços na neve, tem gostos alimentares diferenciados e não parece gostar (ou saber) de coisas típicas das crianças de sua idade.



É uma história que prende o espectador, com um roteiro bem construído pelo diretor Matt Reeves, uma trilha sonora que ora enche a tela de adrenalina, ora relaxa o público – palmas à Michael Giacchino, o mesmo responsáveis por trilhas de filmes como “Up – Altas Aventuras” e “Star Trek”, e uma fotografia impecável, que ficou por conta de Greig Fraser. Nessa parte técnica, os efeitos visuais são a única coisa que peca por uma certa falta de qualidade. Mas nada que prejudique o filme.

Mas, agora, preste atenção nesse nome: Chloe Moretz. sim, você a conhece e a viu a pouco tempo nos cinemas. A espirituosa Hit Girl, de “Kick Ass – Quebrando Tudo”, volta às telas e interpreta a protagonista, Abby. Não há como negar que Chloe é uma das melhores atrizes juvenis da atualidade em Hollywood: ela esbanja carisma e talento. Ao seu lado, Kodi Smit-McPhee (de “A Estrada”), vive Owen, e também se revela um bom ator.



Ao final das quase duas horas de projeção, o espectador vai ter a certeza de ter conferido um dos melhores filmes de terror dos últimos anos. Durante todo esse tempo, ele vai construir suas teorias sobre os mistérios que envolvem Abby e sua chegada repentina à cidade. Pode até ser que o filme tenha um final esperado, mas o importante são os acontecimentos que levam até esse momento. Ai, os questionamentos encontrados no primeiro parágrafo do texto podem ser melhor respondidos.




2 comments:

Ricardo Maciel said...

Assisti ao filme sueco e adorei. Devo confessar que fiquei meio irritado em saber que os americanos estavam fazendo esse remake (afinal, pq eles gostam tanto de refazer as grandes obras?), mas essa sua crítica me deu vontade de dar uma chance ao filme, digamos assim. Pergunta: você viu o original?

Abraço, amigo!

Danilo Reenlsober said...

Olá Ricardo!
Devo confessar que não, não vio original. Mas explico por que: sabia que esse filme era uma regravação, mas não consegui ver o original antes de ver esse. Rodei a internet e todo mundo fala que o original é melhor. Vou assistir para tirar as dúvidas. Mas acho que isso não desmerece essa versão aqui, que eu gostei bastante.

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