Monday, June 7, 2010

Locomotiva à vapor

"Passeio Turístico - Maria Fumaça à 300 mts". A placa que indicava o caminho que eu deveria seguir acabou mostrando-se totalmente desnecessária. Ali, logo depois de uma curva leve à esquerda, a estação Anhumas já estava repleta de gente. Famílias inteiras chegavam, estacionavam seus carros e corriam comprar suas passagens, um pouco "salgadas" demais para a maioria das pessoas: o passeio custava R$ 50,00. Mesmo o alto valor não impediu que uma centena de pessoas se amontoasse à beira da estação quando o relógio marcou 10 horas. Dali a qualquer momento, o trem chegaria.

A Maria Fumaça chegou poucos minutos depois, enquanto o guia dava explicações à todos que, em breve, subiriam à bordo da locomotiva à vapor mais famosa do Brasil. Não é um erro afirmar que poucos prestavam atenção às suas palavras. O som do apito do trem, que se movia lentamente em direção à estação, não era um concorrente leal à sua voz. Os carros foram passando próximos aos futuros passageiros e o som do rotor, embora alto o suficiente para incomodar os mais desavisados, soavam como música para todos ali parados.

Olhei para a passagem que trazia na minha mão. Poltrona 12, carro 3. Em meio à multidão, protegendo a minha câmera fotográfica, caminhei até o meu destino. Essa câmera, na verdade, era o motivo de eu estar ali, diante de uma locomotiva de vários séculos atrás. Talvez, se não tivesse de estar ali para um trabalho da faculdade, nunca tivesse a oportunidade de conhecer a Maria Fumaça. Esse é um dos lados bons da faculdade: ter a chence de conhecer coisas que, se não fosse ali, passariam despercebidas.

Nessa altura do campeonato, o display da câmera já registrava umas 50 fotos tiradas, entre o momento da minha chegada à estação e a chegada da locomotiva em si. Esse número só aumentou. Chegou à mais de 460 no final do trajeto. Com a locomotiva totalmente parada, o guia pediu para que cada um assumisse sua poltrona. Em todos os carros, poucas ficaram vazias. Quando o trem partiu e soltou sua primeira baforada de vapor, fazendo o apito soar alto, a agitação dentro dos carros foi total. Pelo que parecia, a maioria da pessoas jamais havia estado em um trem à vapor antes, principalmente as crianças. Não posso negar: eu era uma dessas pessoas. Engraçado, havia visto coisas desse tipo apenas na TV, em novelas de época. De repente, eu mesmo estava ali. Foi como uma viagem no tempo, mas que durou pouco tempo. Muito pouco na verdade.


Logo na primeira curva, ao olhar pela janela, os barracos da favela erguiam-se diante dos turistas, que em sua maioria, sequer deram atenção à eles. Logo ficaram para trás e deram lugar à imensos pastos. A baixa velocidade do veículo, que percorreria apenas 24 quilômetros até seu destino (Jaguariúna), fazia com que essas paisagens demorassem à passar. Quando isso acontecia, lá estava uma fazenda de um barão do café ou uma pequena estação ferroviária. Depois, mais pasto. Mais canavial.

O cenário era quase sempre o mesmo, mas mesmo assim a magia que a Maria Fumaça lançava sobre cada um fazia com que nem mesmo as crianças parecessem incomodadas. Muito pelo contrário: todas pareciam eufóricas... Jaguariúna chegou, e com ela, o final da metade do nosso trajeto. Uma parada rápida para o almoço, já que dali poucos minutos seguiríamos de volta à Campinas... Mas isso já é assunto para um outro post...
Se você quiser ver mais fotos da viagem, acesse meu álbum no Flickr: www.flickr.com/photos/reenlsober

2 comments:

Pequena said...

Que massa querido, o passeio é demais não é?
Meu TCC está como a locomotiva, a todo vapor! rs
Gostou do grupo Nostalgia no trem? Massaaaa
Obrigada pelas fotos!
Grande beijo
Kelinha

Danilo Reenlsober said...

Kelinha!!
Preciso te entregar o CD... Tem um monte de foto ruim, mas algumas se salvam!!
bjos

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