Wednesday, April 7, 2010

No ouvido dos outros é refresco

Final de mais um longo dia de trabalho. Ônibus coletivo lotado, com gente saindo pelo ladrilho. Já não bastasse todo o cansaço acumulado durante o dia, ainda há pela frente uma árdua jornada: horas e mais horas na universidade, só para depois, bem depois, poder, quem sabe, descansar e recomeçar tudo novamente. Essa é a rotina, todos os dias, de centenas de milhares de estudantes pelo Brasil - e, claro, é a minha também. Mas, é como diz o velho ditado, "tudo que está ruim pode piorar".


Pois bem, voltemos ao cenário anterior. 18:05h. Comecinho da noite. O ônibus coletivo municipal ziguezagueia pelas ruas da cidade, em direção à mais uma noite de estudos. Bancos totalmente lotados, assim como o corredor do veículo. Um mar de mão encimava a cabeça dos passageiros, procurando um ponto de apoio para protejer-se de um possível tombo. Como se a experiência já não fosse ruim o suficiente, adicione a ela uma pessoa com o mínimo de respeito e bom senso possível, com um celular que parecia acoplado à um auto-falante, tocando uma música prá lá de esquisita (nada contra o forró, mas...).

Ok, cada um tem seu gosto musical. Mas ninguém ao redor é obrigado a gostar daquilo que os mais mal-educados preferem ouvir. Será que a pessoa nunca ouviu falar de fone de ouvido? Então, é uma invenção nova, na qual você pode ouvir a música que quiser, poupando as pessoas ao redor de compartilhar de um momento de gosto musical duvidoso. Moço, fone de ouvido. Fone de ouvido, moço. Agora estão devidamente apresentados. Uma parada numa esquina, e lá vai o rapaz, com seu celular-auto-falante emitindo aquela música lastimável. Eis que me dou conta: eu não era o único em querer enxotar o rapaz dali. Foi ele descer do veículo que o burburinho começou. "Que falta de respeito", dizia uma senhora perto de mim. Olha, senhora, compadeço da sua indignação, pensei eu.

Essa foi apenas uma das vezes que presenciei essa atitude de querer transformar o ônibus num verdadeiro bailão. Quem precisa usar os coletivos municipais ou intermunicipais estão fadados a presenciar isso, do mesmo modo que estão destinados a cochilar de boca aberta ou ter que ficar próximo à alguém que esqueceu de usar o desodorante. Vida emocionante a daqueles que usam os "busão".

1 comment:

Unknown said...

Aqui no RJ, pelo menos onde eu moro, acontece toda hora, um corno ouvindo funk no onibus. Por isso que proibem o porte de armas.

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