Um dia cinzento numa cidade feia.
Ruas movimentadas e barulhentas. Carros novos e velhos, motocicletas e bicicletas. Ônibus abarrotados. Caminhões gigantes e grosseiros. Pedestres atrevidos. Buzinas, conversas, gritos, motores, freios, aceleradores. Movimento e barulho.
Ruas sujas e mal-cheirosas. Pichações em paredes limpas. Pichações em paredes sujas. Concreto. Cinza por toda a parte. Lixo espalhado na sarjeta. Entulho atrapalhando o caminho. Cheiro de esgoto misturado ao cheiro de pão assando. Gente que não passou desodorante ao lado de gente que passou desodorante demais.
Uma subida eterna numa dessas ruas. Um muro sujo, com grades de ferro colocados para impedir roubos. Saltos. O muro sujo e as grades gastas protegem mato. Muito mato. Em meio ao verde vivo, o amarelo iluminador de uma flor. Vários pontos amarelos em meio ao verde.
Girassóis.
Girassóis em meio à um dia nublado e cinzento.
Um dia sem sol, mas iluminado por muitos girassóis.
Um sorriso brota numa face tristonha, assim como a luz brota num dia cinzento.
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