Nunca fui fã do Thor. Assim como nunca fui fã do Homem de Ferro. E os cartazes de “Thor”, filme esperado há muitos anos pelos fãs dos quadrinhos do deus nórdico, que estreou neste fim de semana, gritam aos quatro ventos: “Dos mesmos produtores que trouxeram à você Homem de Ferro”. Mas há uma diferença drástica entre o primeiro filme do loirão prepotente e de Tony Stark. “Homem de Ferro” é um bom filme, com roteiro convincente e humor na medida certa. Já “Thor” tenta ser o que o outro foi, sem sucesso, já que tem um roteiro cheio de clichês e só é bom no visual.
A história é simples: no dia em que seria nomeado Rei de Asgard, Thor desencadeia uma guerra com os Gigantes de Gelo, arquiinimigos dos argardianos. Com isso, Odin resolve banir Thor para a Terra, sem seus poderes. Uma vez aqui, ele encontra Jane Foster, uma cientista que acaba se interessando pela história do bonitão. Para a Terra veio também Mjölnir, o martelo-arma do deus, que quer a todo custo recupera-la. Enquanto isso, em Asgard, Loki, irmão de Thor, assume o trono e quer fazer de tudo para fazer com que o loirão jamais volte para casa.
Com uma sinopse dessas, o que você espera do filme? Sim, eu vou contar, e se você não quiser ler alguns Spoilers, pule para o próximo parágrafo. [Começo do spoiler] Como um bom clichê que é, Thor vai se apaixonar bela moça, recuperar seu martelo, voltar para Asgard, se arrepender de tudo o que fez de errado, destronar o irmão (que obviamente não morre no final, para poder aparecer num segundo filme) e salvar o dia. [Fim do spoiler]. Pronto.
Que fique bem claro: a única coisa realmente boa no filme é o seu visual, que mesmo extremamente escuro, é muito bem feito. Coisa que já nem nos surpreende mais, afinal, filmes cheios de efeitos temos aos montes. A fotografia do filme também tenta inovar, com imagens que quebram a “horizontalização” do filme e abusa de “câmeras tortas”. Isso é legal no começo, mas é tão utilizado que chega a incomodar em certa altura. Resumindo, um recurso bacana, usado à exaustão, o que acaba prejudicando.
Nem mesmo as atuações são boas, embora a produção possua um elenco estelar. Natalie Portman (Jane Foster) é apenas correta no papel da cientista, embora esteja longe de estar ruim (e de estar ótima como em “Cisne Negro”). Anthony Hopkins (Odin) também tem uma atuação apagada. Chris Hemsworth (Thor) não cheira nem fede. Tom Hiddleston (Loki) tenta, mas é apenas um vilão mediano. Kat Dennings (Darcy), ajudante de Jane, é a personagem que mais surpreende, já que é responsável pelas cenas mais cômicas.
Ah, e essas cenas preenchem quase metade do filme. Podemos dividir “Thor” em duas partes: quando ele está na pele do Deus do Trovão (começo e fim do filme), e quando ele é um humano “normal” (recheio da produção). Quando ele tem seus poderes, o filme é bem de super-heroi mesmo, com batalhas com ritmo bacana e efeitos especiais. Mas quando ele é apenas mais um humano na Terra, o filme vira uma comédia romântica de qualidade discutível (entenda cenas melosas e piadinhas infames).
No meu ponto de vista, esse é um dos (muitos) erros do filme: tentar deixar a história engraçada, quando na verdade, Thor não é um herói com essa característica, ao contrário de Tony Stark, de Homem de Ferro. Esse é um beberrão, garanhão e está pouco se lixando para os outros. Thor é sisudo, prepotente até certo ponto. Posso estar errado, mas senti que eles tentarão transformar Thor em Tony Stark, o que não convence ninguém.
Entre outras características que denigrem a imagem do filme, é a montagem um tanto quanto mal-feita. Créditos que deveriam ser postos no início do longa aparecem apenas no final, além de cenas que ficam mal explicadas. Alguém ai sabe o que é “Sono de Odin”? Não sou expert em mitologia nórdica, e algumas coisas como essas são jogadas na produção sem a mínima explicação.
Por que citei “Homem de Ferro” no começo do texto? Como disse, nunca fui fã dele, mas o primeiro filme me fez simpatizar com a personagem. Com “Thor”, tive a impressão que os produtores e o diretor, Kenneth Branagh, de “Operação Valquíria” (2008) e ator que deu vida ao Professor Gilderoy Lockhart, em “Harry Potter E a Câmara Secreta”, foi a de transformar o deu do trovão em um segundo Tony Stark. Nõ deu certo.
Ou melhor, deu sim. “Thor”, no final das contas, é o típico filme que a massa quer ver no cinema: tem um cara bonitão, tem a garota lindinha, tem uma história de amor, tem “superação”, tem efeito especial, tem cenas “engraçadas” e final feliz. Porém, nada disso é bem feito, e tudo é jogado num filme monótono e chato. É um filme que muita gente vai gostar? Sim, justamente por isso que eu escrevi. É um filme bom? Não, não é. É ruim. Mas vai atrair milhões em bilheteria e ter continuação.
Que fique bem claro: a única coisa realmente boa no filme é o seu visual, que mesmo extremamente escuro, é muito bem feito. Coisa que já nem nos surpreende mais, afinal, filmes cheios de efeitos temos aos montes. A fotografia do filme também tenta inovar, com imagens que quebram a “horizontalização” do filme e abusa de “câmeras tortas”. Isso é legal no começo, mas é tão utilizado que chega a incomodar em certa altura. Resumindo, um recurso bacana, usado à exaustão, o que acaba prejudicando.
Nem mesmo as atuações são boas, embora a produção possua um elenco estelar. Natalie Portman (Jane Foster) é apenas correta no papel da cientista, embora esteja longe de estar ruim (e de estar ótima como em “Cisne Negro”). Anthony Hopkins (Odin) também tem uma atuação apagada. Chris Hemsworth (Thor) não cheira nem fede. Tom Hiddleston (Loki) tenta, mas é apenas um vilão mediano. Kat Dennings (Darcy), ajudante de Jane, é a personagem que mais surpreende, já que é responsável pelas cenas mais cômicas.
Ah, e essas cenas preenchem quase metade do filme. Podemos dividir “Thor” em duas partes: quando ele está na pele do Deus do Trovão (começo e fim do filme), e quando ele é um humano “normal” (recheio da produção). Quando ele tem seus poderes, o filme é bem de super-heroi mesmo, com batalhas com ritmo bacana e efeitos especiais. Mas quando ele é apenas mais um humano na Terra, o filme vira uma comédia romântica de qualidade discutível (entenda cenas melosas e piadinhas infames).
No meu ponto de vista, esse é um dos (muitos) erros do filme: tentar deixar a história engraçada, quando na verdade, Thor não é um herói com essa característica, ao contrário de Tony Stark, de Homem de Ferro. Esse é um beberrão, garanhão e está pouco se lixando para os outros. Thor é sisudo, prepotente até certo ponto. Posso estar errado, mas senti que eles tentarão transformar Thor em Tony Stark, o que não convence ninguém.
Entre outras características que denigrem a imagem do filme, é a montagem um tanto quanto mal-feita. Créditos que deveriam ser postos no início do longa aparecem apenas no final, além de cenas que ficam mal explicadas. Alguém ai sabe o que é “Sono de Odin”? Não sou expert em mitologia nórdica, e algumas coisas como essas são jogadas na produção sem a mínima explicação.
Por que citei “Homem de Ferro” no começo do texto? Como disse, nunca fui fã dele, mas o primeiro filme me fez simpatizar com a personagem. Com “Thor”, tive a impressão que os produtores e o diretor, Kenneth Branagh, de “Operação Valquíria” (2008) e ator que deu vida ao Professor Gilderoy Lockhart, em “Harry Potter E a Câmara Secreta”, foi a de transformar o deu do trovão em um segundo Tony Stark. Nõ deu certo.
Ou melhor, deu sim. “Thor”, no final das contas, é o típico filme que a massa quer ver no cinema: tem um cara bonitão, tem a garota lindinha, tem uma história de amor, tem “superação”, tem efeito especial, tem cenas “engraçadas” e final feliz. Porém, nada disso é bem feito, e tudo é jogado num filme monótono e chato. É um filme que muita gente vai gostar? Sim, justamente por isso que eu escrevi. É um filme bom? Não, não é. É ruim. Mas vai atrair milhões em bilheteria e ter continuação.